sexta-feira, 26 de julho de 2013

Clássico moderno: Daihatsu Mira

Durante a década de 90, com a reabertura das importações e o modismo dos carros "populares" ganhando espaço, um modelo que teve uma breve passagem pelo mercado brasileiro foi o Daihatsu Mira japonês, que por aqui foi comercializado como Daihatsu Cuore. Além de ter o posto de condução montado à esquerda ao invés da posição original à direita, outra diferença para as versões destinadas ao mercado doméstico japonês (JDM) era a motorização, contando apenas com um motor de 3 cilindros, 6 válvulas e comando simples no cabeçote (SOHC) de 800cc e 40cv, enquanto no Japão dispunha de motores de 660cc com opção entre aspiração natural ou turbo, podendo levar a potência ao limite de 64cv imposto pela legislação de lá aos kei-jidosha, além de opções por câmbio automático ou tração integral que aqui ficaram indisponíveis.
Apesar de ser 22cm mais curto que um Ford Ka de 1ª geração, pode-se notar claramente os efeitos da racionalização da plataforma de carga tão valorizada pelos metódicos japoneses, beneficiando o espaço interno. Convém ressaltar que, ao contrário da legislação tributária brasileira que limita apenas a cilindrada de forma arbitrária, sem respeitar outros critérios técnicos, os kei-jidosha tem as dimensões limitadas a um máximo de 3,4m de comprimento, 1,45m de largura e até 2 metros de altura, além do limite de cilindrada até 660cc e potência até 64cv já citados.
Em função da menor fartura de recursos minerais, racionalizar o uso dos materiais foi decisivo para o progresso da indústria japonesa de um modo mais geral. Assim, mesmo com a cilindrada ainda mais modesta que nos "populares" brasileiros, as carrocerias ficam leves o suficiente para não sobrecarregar demais o motor. Diga-se de passagem, um Daihatsu Mira pode pesar menos de 700kg em algumas versões mais simples, e alcançar médias de consumo próximas dos 20km/l mesmo em tráfego urbano. Na prática, considerando a menor quantidade de energia a ser gasta para beneficiar uma maior quantidade de matérias primas e uma extração mineral menos intensa do que a necessária para produzir um automóvel híbrido 0km com consumo numa faixa próxima, a "performance ambiental" ainda é mais favorável ao modelo da década de 90.

Um comentário:

Gabriela disse...

A parte chata de ter um Daihatsu Cuore é achar algumas peças, tanto que o meu eu já comprei todo cheio de coisa adaptada de carro nacional. Mas por R$5.000,00 eu acho que não encontraria nada melhor e mais fácil de estacionar.

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